Estudantes conhecem oportunidades na cadeia leiteira
“Dá para tirar leite de pedra? Bom, depende de onde está a pedra. Se ela estiver na cabeça do produtor, não vai sair nada”. Foi assim que o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, abriu sua palestra para estudantes de escolas técnicas, na manhã desta quarta-feira, 31 de agosto, na programação da 45ª Expointer. O evento foi promovido pela Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) e tinha como tema as premissas e oportunidades na cadeia leiteira no Estado. A ideia do título foi justamente mostrar que o mercado do leite oferece oportunidades para os produtores dispostos a investir em conhecimento, tecnologia, genética e formação de mão de obra qualificada – tema que mais interessou aos alunos.
Para o Vice-Presidente de Assuntos Educacionais da Agptea, Danilo Oliveira de Souza, que acompanhou a atividade, o contato com produtores e dirigentes do setor dá aos estudantes uma visão mais ampla sobre o mercado e as oportunidades que se abrem no campo. “Momentos como esse são decisivos para a formação dos jovens”, afirma Souza. Ao longo de sua palestra, Marcos Tang reforçou a importância de aproximar os aprendizes da realidade das propriedades rurais por meio de convênios e parcerias para estágios. Ele aconselhou todos a procurarem esse tipo de imersão e, por outro lado, criticou os produtores que não costumam receber estagiários e estudantes. “As entidades setoriais, faculdades, escolas técnicas e os produtores têm que se irmanar para formar a mão de obra que vai tocar o agro. Temos que atuar para qualificar os trabalhadores em todas as áreas”, alertou.
Ao contar um pouco da sua história pessoal e a trajetória da família na Granja Tang, em Carlos Barbosa (RS), o presidente da Gadolando apontou a necessidade de dedicação e esforço para prosperar na atividade leiteira. Segundo ele, mais de 20 mil famílias pararam de produzir leite nos últimos dois anos devido às dificuldades do setor como alto custo de insumos e estiagem. Reforçou ainda que, como toda atividade rural, o leite precisa dar lucro ao produtor – e isso se obtém com investimentos para o aprimoramento da genética dos animais, além de controle rígido de sanidade do rebanho e de qualidade do produto final. “Uma vaca campeã leiteira na Expointer não ganha o concurso aqui no parque. Ela ganha na propriedade, onde tem alimentação adequada e manejo correto”, completou.