Expoleite 2018: Alta qualidade e pouca quantidade
Os exemplares que participaram da Expoleite/Fenasul, encerrada no ultimo dia 20, excederam em qualidade genética segundo o jurado Edson Kurtz e os diversos técnicos e criadores que assistiram ao evento.
Participaram animais campeões das principais exposições ranqueadas em 2017 e 2018, inclusive, a vaca eleita Suprema Nacional 2017, ou seja, a melhor do Brasil.
Entretanto, o número de participantes foi pequeno: 85 inscritos e 70 presentes. Uma representação bastante inferior ao mesmo evento em 2017, quando tivemos 136 animais presentes.
Por que?
Terminada a Expointer 2017, iniciamos o trabalho de mobilização para a Expoleite –Fenasul 2018. Procuramos o secretario da Agricultura, Ernani Polo, que foi em 2017, o principal articulador da feira.
Salientamos que em maio de 2018 ele não estaria mais no cargo, em função de sua intenção de concorrer novamente ao Legislativo. Concordando, ele sugeriu que deveríamos manter o modelo do ano anterior com a comissão liderada pela Farsul. E, em reunião na Secretaria, foi acordado que a Coordenação seria da Farsul.
E nessa reunião, nós da Gadolando, salientamos que na conclusão da Expoleite 2017 não tinha sido apresentado o fechamento da feira, quando o diretor financeiro da Farsul disse que o tinha pronto e que apresentaria na próxima reunião, como o fez ,onde salientou que a Farsul teve que pagar R$ 42.000,00 para fazer o fechamento.
Entretanto o relatório não manifesta nenhum valor obtido da Feira do Terneiro, realizada dentro do evento. Tambem não faz qualquer referência a um valor de “aproximados R$ 138.906,00, liberados para o Projeto Fenasul/Expoleite, datado de 17/05/17, protocolado no Fundesa,
com o objetivo de destacar a valorização do leite e promovido pela parceria Sindilat, Irga e Farsul e com apoio de: Fetag, Seapi, Apil, Ocerggs, AGL e Prefeitura Municipal de Esteio.
Salientamos que, nós da Gadolando, jamais fomos sequer informados deste projeto e que tomamos conhecimento ao ler o relatório do Fundesa- Fundo de Defesa Sanitária Animal, que tem seus recursos provenientes de contribuição compulsória dos produtores rurais, com o objetivo principal de indenização em caso de condenação por problemas de saúde.
Mas é evidente que se o recurso foi liberado para a Expoleite/Fenasul 2017 como está no relatório, sua utilização deveria constar do relatório de fechamento.
No mesmo relatório do Fundesa, o item d.5 diz: homologada a liberação de R$149.216,00 de um projeto total de R$277.559.50, batizado de Expointer-Pub do Queijo , com concordância de maioria dos votantes.
Surpresos e cientes destas surpreendentes facilidades de obtenção de recursos, tentamos participar desta polpuda fatia, com o objetivo de subsidiar parte dos gastos que os expositores têm para colocar seus animais numa feira que oscilam entre R$800,00 e R$1.200,00, por cabeça.
Sem mencionar nossa ciência do acima exposto, solicitamos o valor de R$200.000,00 para a Gadolando poder atender seus associados. Nossa pedida causou espanto e indignação dos dirigentes da Farsul, que diante de nossa demanda resolveram, na hora e sem o conhecimento e opinião do novo presidente da entidade, retirar a participação da Farsul no evento.
Assim, a Gadolando que por 40 anos foi a coordenadora da Feira, ficou só, contando com o apoio do ainda Secretario Ernani Polo e, posteriormente, com o fundamental e determinante apoio do atual Secretário da Agricultura, Odacir Klein.
Encaminhamos projeto protocolado ao Fundesa pedindo apoio financeiro, entendendo que a colocação de animais de alto valor genético para produção de leite e matéria prima para os queijos manteigas e demais derivados seria viável, principalmente, considerando que o recurso do Fundesa sai do bolso do produtor, como, alias o dos sindicatos, federações, institutos, laticínios, cooperativas e etc.
Passaram-se cerca de 30 dias sem resposta. A resposta, negativa, nos foi entregue no dia da abertura, já durante a feira. Ou seja, dinheiro de produtor não está previsto ser usado por produtor.
Concluímos dizendo que a raça Jersey não participou como disse que não faria sem auxilio financeiro. Das quatro cooperativas que sempre participam, somente duas o fizeram com 15 cabeças no total. No ano anterior, a representação das cooperativas somadas superou a casa das 50 cabeças. Fizemos a feira possível!!
E confirmou-se nossa posição de que os produtores não dispõem de recursos para eventos e que para que estes continuem algo tem que mudar. Para estar no palco, os artistas e realizadores têm que ser pagos. As vacas são os nossos artistas!
Jorge Fonseca da Silva - Presidente Gadolando
Foto: JM Alvarenga
Assessoria Gadolando